Pálidas crianças
Mal desabrochadas
Na manhã da vida!
Tristes asiladas
Que pendeis cansadas
Como flores murchas!
Pálidas crianças
Que me recordais
Minhas esperanças!
Pálidas meninas
Sem amor de mãe,
Pálidas meninas
Uniformizadas,
Quem vos arrancara
Dessas vestes tristes
Onde a caridade
Vos amortalhou!
Ai quem vos dissera,
Ai quem vos gritara:
— Anjos debandai!
Mas ninguém vos diz
Nem ninguém vos dá
Mais que o olhar de pena
Quando desfilais,
Açucenas murchas,
Procissão de sombras!
Ao cair da tarde
Vós me recordais
— Oh meninas tristes! —
Minhas esperanças!
Minhas esperanças
— Meninas cansadas,
Pálidas crianças
A quem ninguém diz:
— Anjos, debandai!...
Ouvi este poema pela primeira vez aos meus doze anos, e ele marcou profundamente minha alma!
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